A Rede Globo de
Televisão, através do programa Globo Repórter, exibiu nesta sexta-feira
(11/08), um documentário sobre brasileiros que deram um novo rumo em suas vidas
simplesmente estudando. E um dos entrevistados foi o jovem Matheus Cardoso, 22
anos de idade que cursou Engenharia Civil. Ele é filho de dona Alice Maria da
Silva e neto do Senhor Evaristo e da Senhora Jeronça; esses dois últimos são
residentes na Fazenda Queimada do Milho (município de Chorrochó-BA).
Conheça um pouco da
história do menino passou a infância numa cidade encharcada pelas enchentes, se
formou em engenharia e está mudando o bairro onde cresceu.
Matheus Cardoso, 22
anos, nascido e criado no distante Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo.
E foi justamente por causa das águas dos rios da cidade que a vida dele tomou
um rumo diferente.
O Engenheiro civil
formado em 2016 está se especializando em políticas públicas para habitação.
Ele era bem pequeno quando enfrentou com a família a primeira grande inundação.
Por isso, decidiu estudar e trabalhar para melhorar a cidade onde ele vive.
“Era questão de 30
minutos, uma hora de chuva, e as coisas já começavam a encher. A região já
começava a alagar. Porque o rio está muito próximo, né? Três, cinco quadras pra
lá, a gente já está dentro do rio Tietê, literalmente. E aí a água ia entrando
tanto pela porta, como pelo esgoto, por todos os lugares que a água pudesse
passar. Então, assustava. Assustava sim”, relembra.
A mãe dele, dona Alice,
era empregada doméstica. Uma mulher valente. “Ficava dois, três meses com eles
dentro d`água. Em cima de uns blocos pra cama. Eu ia trabalhar, deixava os três
em cima da cama já arrumados, pra só descer da cama na hora de ir pra escola”,
conta.
Matheus se lembra bem.
“Pra ir pra escola, pra ir para algum lugar, a gente saía de chinelo, com o
tênis na mochila. Aí, depois que saía da área da alagada, tirava o chinelo,
levava uma garrafa d`água. Aí limpava, lavava os pés, aí colocava o tênis e ia
pra escola”.
Desde pequeno Matheus
dizia “mãe, eu vou virar engenheiro e vou tirar você daqui”.
Meninos que vivem na
periferia, estudam em escolas públicas precárias, quase sempre nem chegam numa
universidade e desistem de estudar. O que fazer para que isso não aconteça e
exemplos como o de Matheus não sejam uma raridade?
Os filhos de dona Alice
sempre estudaram em escolas públicas. O esforço e a dedicação deram resultado.
Matheus conquistou uma bolsa para entrar numa universidade particular e abriu
um negócio social: emprega mão-de-obra local e faz reformas com pagamentos
facilitados. Dona Alice ganhou uma casa longe do chão encharcado.
Já são mais de 300
obras realizadas. E, tudo isso, porque aquele menino decidiu estudar, apesar de
todos os obstáculos.
Confira vídeo a seguir:
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